O humanista, o amante da humanidade. O sobre-desumano.
Não um Leonardo
Nunca Michelângelo
Sempre um Rabelais gigante e torto
Pantagruélico para não fugir do lugar comum.
Um delirante Cervantes.
Uma alma que vá de Erasmo a Maquiavel, permeando um Bacon e nunca resvalando num Montaigne.
Mas pateticamente constato que sou um brasileiro barroco-macunaímico.
Uma triste figura dos tempos atuais que suga as informações e jamais vai além de moinhos de vento.
***
E ainda que certo de que todas as políticas e lideranças passarão.
Que ideologias, religiões, times de futebol morrerão.
Que os jovens idealistas sempre se tornarão velhos arrivistas.
Que sonhos de salvação viram delírios messiânicos.
Que no final o interesse de poucos sempre prevalecerá aos da maioria.
Permaneço humanista por acreditar no ser humano que se enriquece com a sabedoria de um qualquer e se empobrece com a morte de qualquer um.
Mas uma coisa é fato, todas espécies morrerão.
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