sábado, 16 de março de 2013

Tergiversações cibernéticas

Na rede social observo,
Duas pessoas em paralelo,
Inteligências do meu país.

Opiniões opostas,
Post de um sobre post de outro,
Divergem,
Tergiversam.

Dois chatos...

Sodade de pai

Depois de um sonho bom, acordar para a realidade pode se tornar um pesadelo.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Porrada

Ressaca de calor cansa.
Ressaca de trabalho estressa.
Ressaca de amor dói.

Por que não posso ter uma ressaca de um porre como uma pessoa normal?

Maluquices embutidas

Estou procurando uma Charcoterie para ver se tiram as minhocas da minha cabeça e a encham de lingüiça!

Iniciais

Urra, belo!
Me acordei com uma dor no iniciático!
Ela principia no coração e não termina nos miolos!

Um diálogo austral

"Ai, meus ovos!" - disse o Ornitorrinco
"Me sinto tão monotremático hoje!"

Eis que o Équidna respondeu:
"Ui, minhas costas!
E eu que ando com as espinhelas caídas."

"Tome uma Australosphenida que passa."

segunda-feira, 11 de março de 2013

Glúteos

Ajeitou a calcinha que insistia escorregar pela sua bunda.

Aliás, agradecia a Deus todos os dias pelas várias coisas que lhe dera, especialmente a bunda. Não que fosse sua fonte de ganha pão. Para isso tinha feito duas boas faculdades, um MBA e perseverara no trabalho.

Mas chegar aos quarenta e cinco anos com uma bunda daquelas não era pra qualquer um. Era realmente perfeita. Celulite nenhuma. Estrias jamais. Nem grande, nem pequena. Parecia desafiar Newton e as leis da gravidade.

Dizia que fora os tantos anos de equitação e Pilates que a deixara deste jeito, mas no fundo sabia que era um bem congênito. Nascera assim.

O resto de seu corpo era igualmente bonito. Seus músculos o tornearam naturalmente, sem carecer de grandes exercícios. Mas igual a bunda, nunca.

Parou na frente do reflexo dos vidros da vitrine de uma loja para ver se a calcinha estava marcando e pensou:

"Que bela bunda você tem, Adilson!!!"

La chanteuse

Jamais tinha ouvido você cantar,
Mas mesmo assim já era apaixonado por você.

Brejeirice

De vestido florido de chita,
No pé, uma rasteirinha de couro,
Nos ombros, tranças e as marcas do bom verão,
Na boca, o carmim de um batom.

Doçura

Foi ali na esquina comprar felicidade,
Trouxe em um saquinho de papel amassado,
Dois chicletes e um drops dulcora.

Imp(a/o)ssível

Indecorosa,
Desfila beleza e sorriso.
O desejo não é imune,
Só humano.

Interminável

Sua doce indiferença
Não me permite terminar
A sentenç...

Capisce?!?

É esse silêncio,
Essa passividade.
É esse ar de "se ne frega",
Essa aparente indiferença.
Que não entendo
E talvez jamais entenda.

Vai entender?!?!

In-comunicação

Pensou em ligar para ela e tentar conversar. Viria mais uma DR neurótica e interminável.

Pensou em escrever um longo e-mail explicando o que tentara fazer para que entendesse o que há muito tempo vinha falando. Mais palavras jogadas na rede.

Pensou em mandar flores e um bilhete. Mas as flores murchariam e ela jamais escutaria o que estava escrito.

Pensou em mandar uma mensagem. Ela iria com dor, amor, lembranças e desejos.
Nada adiantaria.

Não sabia realmente mais o que fazer.
Achou melhor nem fazer.
Achou melhor nem mandar a mensagem.

E mandou.