sábado, 4 de maio de 2013

Noites hospitaleiras

Luzes azuis
Piscam no teto da sala.

Passos e palavras
Chamam nomes,
Chamam números.

No ar, aroma doce e amargo de ataduras
Onde o vermelho da dor se confunde com sangues e polvidine.

O gosto da espera só amarga com tempo.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A fabula do burro e da rosa

Certa feita encontrei um burro desabando em lágrimas.
Assuntei a razão de tanta lágrima e o animal pranteou:

"Declarei meu amor a uma rosa.
Que toda prosa, desdenhou.
Queria se desapegar das aparências.
Queria se libertar dos elogios
E assim se livraria de todas as críticas.

A mim, burro que sou, restou uma coisa,
E mastiguei a rosa com todos seus espinhos."

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A(r)Dor de Prometeu

E Prometeu disse a Quíron:

"Essas dores serão sempre minhas.
Ninguém pode senti-las por mim.
Nem suas dores serão maior ou menor que as minhas.
Não se minimize diante delas.

Solidarize-se.
Compaixone-se.
Isto é o que basta."

quarta-feira, 1 de maio de 2013

domingo, 28 de abril de 2013

Aurea Mediocritas

Justa medida,
Caminho do meio,
Nenhum extremo.

Quero ser o cidadão trivial,
O homem padrão que não almeja nada,
O ser sem ambições
Que caminha na estrada
Que pensa nos passos
E não na chegada.

E eis que quem nem me conhece
Me alcunha de medíocre.