domingo, 1 de dezembro de 2013

Boniteza

Francamente!
Muita pretensão a sua achar que todos meus poemas falam de você.
Só os mais bonitos.

Cagada de passarim

"Braveza num esquenta assento aqui, não, siô! Ainda que nunca que esqueça um maltrato, fico bravo por muito tempo não! As veis inté carrego o peito pesado por algum tempo, mai como sô um palerma, a poeira baixa e as coisa vãossimbora."

"U quê?"

"Ah! Tenho cá minhas mágoa, sim! A vida nos prega cada uma, tarquar uma cagada de passarim. Nunca que sabemo di onde que vem e quando que vem, mas quando vem suja tudo, né memo?"

"Quê?"

"Sô casado não. Tive casado por argum tempo, num deu certo. E ela si foi. A despois me amasiei com a mãe da minha pequena, mai num deu certo também não."

"Sim, sô sozinho. Mai é mió levá a vida ansim que arranjá pioio pra catá."

"Tem dessas coisa por aqui não. Essas coisa moderna de computadô num é pra mim não."

"De nada, fique a vontade, tem café no fogão. E água na taia."

"O siô mi dá licença qui vô até ali um cadinho e já vorto. Se tivé fome, tem pão na mesa e um pedaço de carne seca amarrado perto da porta."

"Inté!"

Ensurdecedoramente

Ensudecedoramente permanecia na sua infinita loquacidade verborrágica. Se ouvia, não parecia escutar. Se escutava, parecia não entender. No final, queria mais era falar, falar e falar para nunca mais ouvir, escutar e entender.



Pavlov

Como um animal pavloviano,
Salivo ao ouvir a campainha.
Fujo quando brilha o ouro em um dedo.