terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Piratininga

Não sei se louvo
Ou grito à cidade gris. 

Neurótico,
Esquizofrênico,
Suicida. 
Ser seu filho
É sobreviver aqui.

Cidade Medéia
Cidade Maria
Cidade monstro. 

Sentiu meus passos, 
o primeiro.
E conhecerá o derradeiro.
Sentiu o meu pular e meu claudicar,
na alegria e na doença.
Os joelhos da minha filha engatinhar
E a longitude do meu pai a se deitar uma última vez.

Aparou chutes e joelhos,
Meus ódios, minhas quedas.
Engoliu cada lágrima
De todas as minhas dores.

É daqui que sempre fujo 
Para logo querer voltar.

Ah! Cidade de peixes secos, 
Ah! Villa de Piratininga.