domingo, 30 de dezembro de 2012

O amor através do espelho


Olhou por um instante para ela e acreditou ver um reflexo de si.
Pelo menos era assim que queria que fosse aquele instante.

Ela nunca conseguiu aceitá-lo.
Nem sequer enxergá-lo como de fato era.
Ela tinha sempre suas definições definitivas a respeito dele.
E sua intolerância.

Ela não queria aceitar o amor dele.
Não enxergava a presença.
Desprezava os sentimentos dele.

E ele aquiesceu, como aceitam os que se sentem responsáveis por erros que cometeram no passado, e jamais foram perdoados.

Não compartilhavam a mesma opinião sobre o amor. Como podia ele querer que ela fosse o espelho dele.

Na verdade talvez ela o fosse.
Como todo reflexo, um reverso do que reflete.
Um contrário ou uma contrariedade.

E ele pensou nas diversas definições de amor e escreveu:

"Amar é também saber-se o outro.
Querer tocar a alma do outro.
E se solidarizar.

Não há amor sem compaixão, generosidade, gratidão ou humildade.

Amar é também vestir a pele do outro e sentir seus calores, dores, coceiras e arrepios.

Amar é necessidade.
Por isso a amo.
Não da forma que mo impõe, mas da única forma que sei fazê-lo."

Feliz Ano Novo


Eu quero desejar para você, Otavio Venturoli.

- Que o novo ano seja de muita paz. Cansado das turbulências do caminho.
- Que a sua saúde se aprume de vez. Não dê mais sinais de querer partir.
- Que não lhe falte emprego, trabalho nem dinheiro.
- Que todo amor que você tem seja correspondido, reconhecido e valorizado.
- Que a felicidade esteja presente em todos os seus dias.
- Que você esteja sempre perto de quem o ama de verdade.
- Que essas pessoas tenham um ano muito bom.
- Que a sua família, mãe, filha, irmãs, sobrinhos e quem mais vier recebam um ano sereno e feliz.

Feliz Ano Novo para você, Otavio e para todos os seus amigos.
Abraço e um beijo.

Parado

Eu sempre estarei parado em relação a mim mesmo.


Houve uma época em que eu viajava muito, sem me importar aonde dormir e o que comer.

Um dia, um amigo me perguntou por que não parava um pouco, por que viajava tanto.
Logo de cabeça me veio a cabeça a metáfora do tubarão, que não pode parar que morre.

Entretanto lhe respondi relativisticamente que partindo de que sendo eu o meu ponto de referência, não era eu que estava em movimento, mas o mundo.

E era o mundo que vinha até mim.

Nonsense da madrugada


Então o elemento virou para o delegado.

"O senhor tem fósforo???"

O delegado respondeu:
"Onde o senhor pensa que está para vir pedir fogo para mim. Ponha-se no seu lugar. E saiba que a tua batata tá assando."

Eis que o meliante respondeu:
"Eu sei. Só estou esperando o plin do microondas para ver se ela já está pronta."
"E o fogo, o senhor tem???"

Poemas em linhas eretas 1


‎"Nunca conheci quem tivesse levado porrada..."
Exceto os perdedores das lutas do UFC.

Poemas em linhas eretas 2


‎"Meus amigos sempre foram campeões em tudo..."
E eu torcendo pra rolar a quadra na megassena da virada.

O sentidos de amar


Para amar não basta só o sentimento.

É necessário paciência, abnegação, dedicação, interesse, resiliência, compaixão, gratidão, humildade, cumplicidade, reconhecimento e, sobretudo saber perdoar.

Bonito isso, né???

Então porque não pratica??

Das diversas definições de amor

Amar é também saber-se o outro.
Querer tocar a alma do outro.
E se solidarizar.

Não há amor sem compaixão, generosidade, gratidão ou humildade.

Amar é também vestir a pele do outro e sentir seus calores, dores, coceiras e arrepios.

Amar é necessidade.
Por isso a amo.
Não da forma que mo impõe, mas da única forma que sei fazê-lo.

Reflexos da manhã

As manhãs! Ah, as manhãs!

O momento mais profundo dos meus pensamentos.
O momento em que se determina qual caminho meu humor irá tomar.

Por que me acordam tão cedo?
Por que não chegam para trazer sorrisos?
Por que, de dor, são os instantes mais pungentes?

Nunca é a noite a me trazer melancolias.
A noite sempre me parece o porto seguro do fim do dia.

As manhãs deviam trazer esperanças, possibilidades e potencialidades.
Mas ela só traz o medo de um dia sozinho e triste.

Mas é do homem mudar o rumo das coisas.
Criam-se canais, mudam cursos de rio.
Rasgam a própria palma da mão para construir uma nova linha da vida.

Portanto caberá a mim, não às manhãs, fazer deste dia um dia bom.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Pendular

Um dia ficará claro para todos
Que o pêndulo balança para os dois lados
E que marca o tempo de todo mundo.

Se hoje somos luz
Um outro dia seremos escuridão.
Se fomos medo
Hoje coragem.
Se estamos alegres
É só esperar que a tristeza virá.

E se pensa que está livre
Engana-se.
Olhe para dentro e veja
A intensidade com que sua alma
Balança o pêndulo.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Bouche

Da minha boca,
Não palavras,
Beijos.

Das minhas mãos
Não escritas,
Carícias.

Da minha cabeça
Não filosofias
Sacanagens.

E do meu corpo
Tesão.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Escrotidões Humanas I

Beijou-lhe a testa e com compaixão olhou para o menino a sua frente e disse:
"Vá em paz! Que Deus lhe acompanhe!!!"
Logo que o garoto saiu, Padre Camilo, arrumando as calças, disse ao coroinha:
"Da próxima vez, vê se me traz um de banho tomado. Esse menino tava com uma murrinha dos diabos."

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mística

Em muitas religiões pré-monoteístas, que até hoje existem, tais como o hinduísmo, jainismo, xintoísmo, zoroastrismo etc. Os símbolos de prosperidade e anseios de riqueza material nunca foram desvinculados da fé e de entidades que representavam isso. Até o budismo, onde as divindades são símbolos para não alcançar o bem material mas sim a meta do fim do sofrimento, eles tem seu lugar.
Nas religiões monoteístas, essas divindades foram substituídas por uma única. A ela se pede toda as necessidades e a ela se faz todos os sacrifícios, mas a essência continua a mesma.
Dentro delas, cada uma seguiu sua vertente. Uma acredita que um messia virá redimir a todos, outras acreditam em um juízo. Outra acredita que já estamos julgados e outra criou seu próprio panteão de santos pra substituir as antigas divindades.
Que mal há nisso?
Nenhum!
Todos são símbolos, se ao orarmos sempre nos lembrarmos que o D'us verdadeiro está em nós e só ele pode mudar o nosso destino e o do mundo.
Amém.
Por isso busco entender as palavras de Yoshua Christòs Ben-Youssef, de Sidarta Buda Gautama, de Valmiki, de Vyasa, de Moishe, de Mohamed, de Sócrates, e de tantos outros que um dia tentaram entender o caminho do fim da dor.
Seja simbolicamente, seja pelo sentimento ou pela razão.
Meu panteão é grande.

Canção de Redenção

Migalhas oferecidas
Promessas não cumpridas.
Doenças
Red(e/o)nç(õ/a)es
Assim minha vida se compôs.

Aleijado de uma alma
Órfão
De pai e órgãos.
Um déficit
Uma meia vida
Não tóxica
Mas mortal como qualquer elemento radioativo.

Sou

Eu ia te escrever um email do quanto tentei ser tudo pra você, mas pensei bem e cheguei conclusão de que não tentei nada.
Eu fui.
Fui flerte.
Fui paquera.
Fui amante.
Fui opção.
Fui rejeitado.
Fui rejeição.
Fui beijos.
Fui palavrão.
Fui abraços.
Fui arranhão.
Fui sorriso.
Fui lágrimas.
Fui amor.
Fui amado.
Fui segundo.
Fui o primeiro.
Fui chefe.
Fui colega.
Fui leal.
Fui mentiroso.
Fui enganado.
Fui presente.
Fui palhaço.
Fui carrasco.
Fui médico.
Fui doente.
Fui paciente.
Fui explosão.
Fui monstro.
Fui fera.
Fui noites bem dormidas.
Fui insônias eternas.
Fui o grão de areia.
Fui o universo.
Fui o homem.
Fui a mulher.
Fui errado (Ah! Como fui!)
Fui certo, tantas outras vezes.
Fui promotor.
Fui advogado.
Fui juiz.
Fui réu.
Fui vítima.
Fui júri.
Fui acusado.
Fui condenado.
Fui executado.

Só não fui o que te pedi.

Bela e a fera

Serás um monstro

Por tudo que erraste
Por tudo que acertaste
Por tudo que amaste

Sempre serás um monstro.

Você, bela e perfeita, encontrou o caminho para destruir a Fera.

Destruir a confiança em tudo no pouco que ele tem e condenar:

Sempre serás um monstro

João do Umbu

João acreditava em fazer tudo certo. Sabia que era tosco e limitado. Mas tinha a esperteza da vida de saber que de tudo de um pouco fazia.
Mas pra sua mulher, Maria, tudo em João era torto. Se era rosa que ela queria lhe dava crisântemo. Se era licor de jenipapo era de cumbui que ele fazia. Nadica de nada que João fizesse tava certo.
A roça do Antenor era mais viçosa, dava mais milho.
A vaca do seo Noquinha paria que era uma beleza e dava mais de 10 litro de leite por dia.
Nada que Joao fizesse prestava.

Daí, João adoeceu. Daquelas maleitas que enfraquece o corpo e o esprito do home.
Mas Maria não parou um cadinho de reclamar. Tanto reclamava que nem se dava ao trabalho de ir lá ver se ele estava bem ou carecia de argo.
Claro que João, homem de não dar fastidio a ninguém, dizia não carecer de nada.
E foi de tanto reclamar que Maria esqueceu dele lá, mofinandi, afinar João não faria mais nada pra ela, agora que tava de cama.
Nessa Joao morreu, de tào definhado que tava, virou semente.
Mas Maria nem se apercebeu.
Também não percebeu que da donde o finado desapareceu brotou um pé de umbu.
E esse pé cresceu grande e forte. E na primeira frutada era tanto umbu que veio gente de todo lugar pra ver.

Foi então que Maria, dona do pé de umbu quis experimentar. Era dela o umbuzeiro mais bonito da vila. E ela que tinha que ser a primeira. Pegou um fruto verde e tascou-lhe uma beiçada.
Pela cara pareceu travar na boca. Amarrar na língua. Foi então que ela exclamou:
"Esse merda do João nem pra defunto serve pra nada."
A tar da Maria se encarregou de mandar cortar a arvore. Acabando de vez com o seo João do Umbu

Haiku

Mulher no metrô
Corre corre
Corre não
Vão chegar todos ao mesmo lugar.

Gentileza gera gentileza

Gestos pequenos, gestos gigantes.
Fones de ouvido. Chegou no guichê para recarregar o cartão do metrô:
"Carrega com 50 reais!"
A moça falou: "Bom dia!"

Avô

Às vezes, para ir da minha casa para alguns lugares, atravesso o cemitério da Consolação.
É curioso transpor este lugar potencialmente triste e assustador. Nada disso me incomoda, me assusta ou entristece.
Reconheço alguns nomes importantes nas lápides. Alvares Penteados, Malufs, Mário de Andrade e Monteiro Lobato.
Mas dois nomes me chamam a atenção. Um pela presença e outro pela ausência.
Quem poria num filho o nome do grande herói gaulês Vercingetorix? Curioso. Olho para os outros nomes no jazigo e não encontro nenhum Asterix ou Abraracurcix.
O outro nome que nunca encontrarei mas que sei que está guardado em algum lugar por lá carrega o meu sangue: Primiano Venturoli.
Quem poria o nome do primeiro dia do ano no filho?
Condenado que foi a ser jogado no jazigo emprestado da família importante de um (querido) tio meu. Condenado por não ter sido o que se esperavam que fosse.
Ele está por lá. Em algum lugar. Abraçado a algum Plínio Barreto.

Esotérico

Aquele um que eu não buscava
Veio a mim em palavras, gestos e olhares
Veio também sem saber o que acharia,

Aquele um que não busquei.
E sem buscar, nem saber,
encontrei sensações e sentimentos
Nele me encontrei
e se encontra em mim
Foi aquele único
que chegou
trazendo Sentido

Nota de um samba de pé quebrado

Você olha pra mim e diz:
" Amor, ai que saudades!!!"
E eu pergunto: "De quê?
Se só sou defeitos pra você!"

Diz que não te ouço
Mas não pensa que já cansei
De ouvir
Que sou mentiroso, farsante, um pulha?

Se a vida me fez quem sou
E amar quem eu sou você não quer
Seguimos amigos, amantes
Amados, amagoados e entristecidos.

Um dia, quem sabe reconheces os passos errados
E eu a minha maldade.

Cansei do sofrimento.

Ídolos

Tinha em si o espirito aventureiro de um Pratt e o amor pelo seu pais como um Springsteen.
Aprontou suas coisas com o que aprendeu com seus antepassados, o suficiente o que pudesse carregar em duas malas e partiu.

Trapalhão

"Sabe, moça" murmurou o garoto moreno enquanto limpava o balcão do botequim com um pano cinza e fedido - "só Deus sabe como não é fácil se chamar Zacarias. É, esse é meu nome. Igual ao do cara da televisão. Meu pai adorava o programa. Tenho um irmão Mussum e outro Didi Mocó. E minha irmã mais nova se chama Dedéia, a senhora já deve imaginar o porquê do nome. Mas pra mim sobrou o Zacarias, e por causa disso todo mundo me acha bobo, ingênuo. Sempre tem um que tenta achar em mim algo do cara."

Borracha

Apaguei todos os registros de ti, com a certeza de que não tão cedo apagaria as suas marcas em mim.

Hereditariedade

Tenho os pelos do saco ruivos
Como a barba do meu pai
E os cabelos do meu sobrinho.

Razão que se impõe

Anda, vem. Antes que seja tarde.
Antes que eu me desfaça em fígados e pâncreas. Antes que eu parta.

Sei quanto errei.
Mas ao errar acertei o caminho em sua direção.
Estou com você e sei que há algo de mim em ti.

Sei que procurava alguma razão pra se afastar mas a razão do coração se impõe.

Histórias

Uma coisa que me incomoda toda vez que termino uma história, seja ela escrita, lida ou vivida por mim, é saber se e o que ela mudou na vida dos personagens.
Nas que escrevo, eu tenho algum controle.

Nas que leio, posso imaginar, criar.
Mas são nas que vivi que a angústia vem morar.

Tenho eu o poder divino de mudar as pessoas? Tenho eu o direito a isso?
Só sei que ninguém passa pela minha vida sem deixar um rastro. Seja ele uma trilha clara e segura, seja um fio viscoso deixado atrás de uma lesma.

Queria poder dizer o mesmo de mim.

Fuga

Não adianta,
Esconder não vai te salvar,
Lençol algum a protegerá
Da minha saudade.

Com cada gota do suor do seu corpo
Matarei minha sede
Como quem bebe a última gota do cantil.

E lhe darei de beber
Do derreter da vela
Que queimará dentro de você.

Até saciada a sede da sua/minha boca
Dormiremos
Até ter o que era passado
Virar presente
Dentro do seu corpo.

Mordaça

Cala-te mas não fecha as bocas
Vou arrancar um beijo
Até surgir no teu rosto um sorriso,
Boca de gozo!

E como um palmo a medir
A cada beijo saberei o tamanho
De cada gemido calado de prazer.

Não fugirás,
Virás e virará
Até lamber o mais profundo do seu tesão.

Não permitirei palavras,
Só respiração
Pois será o único alimento que terás
Além da água que sai de mim.

Haikai

Molhadas de alegria
Saudades em forma de água
Suas bocas.

Yahtzee

No deserto da insônia
Rolo dados virtuais
Vendo passar as horas
Esperando você chegar

Cada lado de um dado
Marca dez dos minutos do tempo
Rolo um, que rola dez.
Rolo seis, que rola sessenta.
E nada de você chegar.

Neste jogo busco o sono
No barulho dos minutos
Que os dados rolando fazem.
E nada de você chegar.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Enredos


Quero brasileiros novos.
Que me contem h(e)stórias.
Não suas crises existenciais.
Cansado dos pseudo-proustianos.

Quero Guimarães Nova.
Quero Neorges Amado.
Quero Machados de Atuais.

Venham contar contos e romancear novelas.

Quero Raduans Novassar.
Quero Montes e eiros Lobatos.
Quero Bens Bragas.

Preciso de enredos para minha vida.

Lezêra


50 Toms de cinza


EnRedo Social

Vazia essa moderna sensação de amizade.
Saber tudo dos seus amigo
Sem jamais voltar a vê-los.

Insomnia

Desacordo,
Sem conseguir dormir segundos
Na longa noite da minha alma.

Palavras passarinhos

Escrevo
Não releio.
Passam erros. Passarinhos?

Ser e estar

Houve um tempo em que achava que ser eu mesmo era legal;
Noutro tempo, um inferno;
Ainda em outro achava que era um estilo de vida.

Hoje sei que não sou. Estou.
Gosto de árvores, quem freqüenta este perfil já deve saber.
E gosto de madeiras.

Talvez por ter passado a vida enfronhado nos metais da empresa do meu pai.
Ou mesmo por ter tido um pai serralheiro-metalúrgico-artesão que amava árvores e... madeira.
Em casa a maioria dos móveis eram de madeira, mesmo meu pai podendo construí-los de olhos vendados em qualquer metal da face da Terra.

 

Pensamentos


Pedra rolada não move moinho.

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Dorme quem pode,
Fica acordado quem tem insônia.

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Só os vivos sobrevivem.

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Saco cheio dos preconceitos, inclusive dos meus.

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Quando fordes atravessar as vias, olhai para ambos os lados.
A saber, lado direito e lado esquerdo.

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Não julgueis para não serdes julgado.
Mas se fordes fazê-lo, lascai a lenha, descei o pau, condenai e executai de uma vez, para que não percais tempo.

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Passarinho que come pedra sonha com britadeira.

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Só hei de me livrar de tudo
Quando tudo acabar...

Flores em nós


Plantaram tantas sementes a esmo, sem saber exatamente de quais plantas eram.
Viu-se nascer trepadeiras, lianas, muitas gavinhas.
Muitos nós se formaram, mas nem todos eram benéficos e estrangularam algumas plantas, talvez por descuido dos plantadores, talvez pela empolgação de encontrar campo tão fértil.
Mas o tempo e o cuidado está fazendo com que sobreviva o que é bom, bonito e proveitoso.
Que frutos dará? Os plantadores não sabem ainda, mas já se vê flores.

Memória do desejo (trecho)


Hoje acordei sonhando o corpo da mulher que amo.
Da alteza a belezura.
Cada curva, cada sarda, cada pelo, cada monte.
Como os quero!
Como os desejo!

Morder sua nuca refletida num espelho.
Beijar sua boca e sentir que a outra sua boca já está molhada.
Agarrar cada lado do seu corpo
Deslizar a mão pelas cinturas
E me perder nos quadris.

Virar você
E me embebedar de tantos praquês
Até tirar o meuseu fôlego.
Como amo seus peitos.
Eles me fazem duro só de pensar.

E nessa dureza deixar sua mão tomar para ela o que dela sempre devia ter sido.
E ver você e sua boca agigantar o que à minutos era algo tímido e sem graça.
E você se apoderar do meu prazer.
E fazer que eu esqueça o mundo e comece a pensar em uma coisa só:
A sua bucetinha.

Molhada, sinto-a com o joelho, com a mão, com o dedão do pé.
E a vontade dela aumenta.
Querer comê-la de tudo quanto é jeito.
Papai-mamãe, de lado, deitado, de pé , sentado, de frente, por trás.
Mas não sem antes brincar com ela, com um dedo.
Dois, talvez.
Por que não três?
Sei lá, confundir-me na aritmética dos dedos para depois me tornar um dentro de você.
Começar devagar, calmo.
"Só a cabecinha!"
E com vagareza e safadagem ir aumentando a animalagem e te devorar e ouvir seus gritos e suspiros enquanto balança os quadris e aperta a mulabanda me levando a ser cruel no sexo, com aquela crueldade gostosa de quem quer ir morar dentro de você.

Virar você, colocar de quatro, sentir você colocar um dedinho

Jardim


De um jardim de Monet
Fui escolher flores,
Para embelezar minhas postagens,
Sempre tão sem luz,
Sempre sem as suas cores.
Só a descrição do seu sorriso.
Eu amo você em todos os matises de cores de Matisses, Manets e Monets.

A você que amo tanto...


Rótulos são (des)necessários?
Tem horas que sim,
Tem horas que não.
Para minha filha eles o são
E tem horas que também pro meu coração.
Mas a certeza permanente da sua presença seria muito melhor.
Consolidar o sonho de uma parceria a dois em um mesmo ambiente.
Cuidar d'ocê e ser cuidado.
Amar sendo (amanhecendo) amado.
Amadurecer as birras e manhas,
Como fruta azeda que trava na boca, mas loguinho estará doce no pé.
Colher.
Escolher a nós e ser feliz.
Parabéns por mais um dia a seu lado ainda que longe demais pro meu gosto.
Amo você.

Novelo


Existe um fio que perpassa o mundo, como se o mundo fosse um novelo.
Tem horas que esse fio se afila até ficar como uma linha quase imaginária. É nessas horas que faltam o amor, o carinho, a compaixão.
Nessas horas o fio se embaraça e tudo se complica.
Noutras horas, esse fio de doura, se fortalece, fica grosso como corda. É quando encontra tudo aquilo e se junta a outros fios.
O nome desse fio?
É esperança.
E na maioria das vezes ele cresce forte do seu lado.

Passarim


Se me deixo dominar pelas suas vontades
É pelo amor.
Se me deixo me irritar pelas suas implicâncias
É pelo amor.
Se me deixo magoar pelas suas verdades
É pelo amor.

Mas se distancio
Mas se calo na dor
Mas se seguro o choro
Mas se guardo as minhas dores.

Também são por amor,
Mas é por um amor a mim
E por um amor num futuro onde você me passará respeitará.

Ao seu lado, sinto completude.
Eu do seu lado, sonho com felicidade.
Sou homem que, sim, preciso de mulher.
Mulher, rosa sardenta, sonhadora realista, mãe e mulher amorosa que vive hoje a loucura de querer se dividir em filho e um cara que ela não assume.
Forte fisicamente, nénem nos momentos de solidão mental em que busca sozinha achar soluções, sem querer apelar pro cara, pra família ou mesmo sem saber chamar os amigos.

É essa mulher que em semanas outonais de maio fiz e refiz escolhas de amar.

Simples? Nem ela, nem eu.

Quero-a. Como querê-la? Fácil?

Como tê-la? Difácil.

Parece passarinho assanhado do Ibirapuera que come na mão se esbalda, mas se recusa a estar do lado sempre, mas se recusa sair de perto.

Cadê teu penacho?

Tenho cá quilos de pão pra te carinhar e sei que tem biquinhos pra me beijar.

Ama-me.

Larga essa ira.

Estou lutando contra ela e a mágoa em mim. Faz também. Por favor, passarim.

Amo-lhe.

Amém.

Receita de gigante


É você quem me faz grande.
É a sua grandeza que agiganta.
Não por uma questão de perspectiva
Mas por uma questão de fermento.

Seu amor, sua confiança, sua crença em mim, sua lealdade, seu(s) carinho(s), sua pele, seu sorriso.

Gastaria o dedo a n(u/o)me(r)ar quantos ingredientes seus fazem de mim um gigante.

Mendicagem


Enquanto eu lhe pedia um beijo, recebia um passa-fora
Quando lhe pedia um abraço, um safanão.
E quando queria intimidade ela se enfiou no celular ao invés de falar pessoalmente para ele.

Ela não percebe que faz mal aos outros mesmo não querendo.

E é incapaz de tocar a dor da pessoa que sofre para acalmá-la.

Ela foge, vira, rejeita.

Ela esquece de tudo que ele também passa.
Ela não quer falar de doenças.
Ela não quer estar ao meu lado nas horas tristes.

E implorar para que me atenda um telefone, é mendigar.

O tempo se encarregará de mostrar o que aconteceu.

Sim.

Ele falou de negócios, pois era mais uma maneira de lembrar do vínculo que eles tinham.
Já que ela jamais reconheceu o amor dele.

Dói, doerá mas vai passar.

Por que tanto...


Como
De repente
Tanto ódio brotou
Onde outro dia olhávamos um nos olhos dos outros
Dizendo o quanto nos amávamos enquanto eu estocava o que tornou gigante?

Sexo e amor,
Transmutou em ódio e gritos.
Dores antigas retornam
Novas se somam.

E eu continuo a sonhar com a paz que é dormir do seu lado
Quando me sinto todo seu
Quando você me toma por inteiro
No seu corpo,
No seu coração.

Capital da solidão


“Outra vez sem você
Outra vez sem amor...”
Elizeth canta no celular

E o caminho do rio podre
Nunca foi tão feio quanto agora.

Sem motivo para atravessar
Sem motivo para metrô
A casa vazia sem ninguém ecoa o coração que chora
E a máquina fotográfica espera a hora de um dia te ver.

Solidão, no caminho dos jesuítas até a estrada velha de Sorocaba.
Não acaba então a dor da distância de você.

Bateu


Bateu aquela saudade
Que faz necessário seu sorriso,
Que faz essencial seu beijo,
Que faz imprescindível a sua mão.

Pra amainar a tristeza,
Pra acalmar a guerra,
Pra me fazer sorrir.

Videscaminhos

Verificar se as janelas estão trancadas.
Desligar o registro de água e gás.
Abaixar os disjuntores.
Trancar as portas.
Pegar a mochila,

E sair...

Pra um dia...quem sabe ou nunca mais.,,
voltar


Vida, valeu.

Escritos antigos e (in)completos XXX

Descobri hoje que a criatividade embotada em mim está me fazendo muito mal. Tenho que achar caminhos para extravasar essa coisa represada em mim há anos.
Ou não terei paz jamais.
Agora só falta descobrir como...

Tenho a maldição dos que nunca esquecem.

Pink, blue and black. Even the bright side depends on of the dark side.

Tangerine makes marmalade skies.



09/07/11

A noite e o menino

Quando o sol já se escondia no horizonte a noite o chamou baixinho:
"Acorda, Rapaz, que pela manhã você não é mais menino e precisa encarar a vida."
Ele resmungou e pediu mais um minuto, mas já era tarde, o menino tinha ido embora pra dar lugar ao adulto que tinha barba pra fazer.
Então deu um grande beijo na noite, agradeceu por ela existir e disse:
"Até mais."
A noite disse: "Até logo. Agora vou correndo que tem um menino na Ilha da Páscoa me chamando. Fica em paz!"
E ele virou pra noite e pediu que ela o protegesse. E ela respondeu:
"Dorme em paz, menino, que estarei aqui do seu lado até o dia amanhecer."
Ele sorriu, fechou os olhos e dormiu.

Boa noite!
10/07/11

Haiku

Bananeira declamou o Sutra do Coração acreditando que isso traria paz e concentração.
Mas nem tudo na vida dele era mais calma. É como se a cada dia uma hiroshima explodisse em sua mente.

Suspirou e declamou:

"Sobre o Ipê,
Amarelo e marrom
Pula, galho, galho, pula".


12/07/2011



O cachecol de Teseu

Em algum lugar do labirinto Teseu perdeu o cachecol que desfiava pra guiá-lo. Em cada centímetro de fio havia quilômetros de significados e eram eles que o prendiam ao caminho. Foi então que percebeu que não era prisioneiro das paredes mas de distâncias de lembranças.


E o frio na alma o acalentou.


12/07/2011


O gato e a Paz

Todo o dia a mãe de Neko preparava sua lancheira.  Dois sanduíches de grilo, sopa de rato, um oniguiri, suco de pardal e moti. Neko estava cansado de sempre o mesmo bentô.
Até que um dia deram Paz para ele experimentar. Se refastelou, comeu tanto que até passou mal.

Nunca tinha comido uma pomba branca.

12/07/2011

Versículo

Simão perguntou para Yeshua, durante a caminhada na praia perto do barco:
"Quem autorizou as pessoas a nos fazer sentir culpados por coisas que não podemos fazer?"
Yeshua calmamente respondeu: "Pergunte ao nosso pai!"

13/07/11

Wilfredo, o sapo

Wilfredo era um sapo sofregão.
Toda noite coachava o mesmo refrão.
Sou eu,
Ou não?
Sou eu,
Ou não?

Morreu bulímico, Wilfredo, o reclamão.

13/07/11

Os óculos de Jung


Jung usava os óculos na testa pois a si não bastava enxergar com os olhos da face. Tinha que ver com os olhos da mente.

13/07/11

Mordeu

Mordeu meu medo a tartaruga.
Ops, o sono...
Morreu meu dedo a tartaruga
Xiiiii, de novo.
Mordeu meu dedo a cacatua.
Ai, jesus... Que só erro.
Morreu meu medo da cacatua.
Mordeu meu dedo a tartaruga.
Morreu o meu dedo de cacatua.

Sei lá...

Algo morreu de medo mordendo o dedo de tartaruga da cacatua.

É isso..,



15/07/11

Gato bobo


Gato bobo, gato bobo,
Roda roda sem parar,
Ainda cairá no bolo,
Que procura sem cessar.

Queria ser um gato,
Pra em todo canto dormir,
De gordo e de fato
Gato bobo a sorrir.

Cansei de perseguir,
Gato bobo a sorrir,
Mas tenho que aguentar,
Esse bobo a miar.

Olhe bem pra ele,
Todo bobo, todo azul,
Sorri de tão feliz,
Come peixe pelo nariz.

Vai-te embora,
Bobo gato,
Quero-te bem longe de mim.
Não quero você sorrindo assim assim.

O novelo se desfia,
Lá longe o gato mia,
Do que o gato ria?
Só pode ser de mim.

Estou só sem o bobo,
Sinto saudade do gato.
Estou sozinho, abandonado.
Com um tremenda cara de pato.

Bastardo

     Naquele dia teve a certeza de não haver nascido.
     Ouvia os gritos daquela senhora e tentava a todo custo ter compaixão e compreender o que se passava na cabeça dela.
     Amava-a como uma mãe. De fato, acreditava ele que assim o era. E talvez o fosse. Eram muito parecidos.

     Mas a idade os tornou tristes e amargos e cada refeição os separava. Nelas as palavras não eram ditas, mas gritadas.
     E depois restava a dor e a tristeza.
     Ele tinha certeza do amor por aquela mulher. Das suas angústias em fazer o possível para tornar a sua vida melhor e sempre receber o pior dela nessas horas.
     Horas de sono perdidas como um dia ela perdeu para ele. Horas que a toda hora o levava a ver se ao dormir estava bem.
     Horas que o levava a cada instante checar se comeu, para em ato contínuo ouvir gritos que aquilo não era da conta dela.

    Tinha quem dissesse que isso era da idade e que tendia a piorar. E ele temia ser ele o fator de piora.
    Nunca quisera fazer valer nela as dores que sempre ela o inflingia.
    Mas era intenso e reativo. Não suportava ver as coisas erradas, coisas que eram erradas para ele.
    Como também não suportava ser maltratado. Frustava-o. E ele sabia que era difícil.

   Mas o que mais o incomodava era o medo de perdê-la. Era a única mãe que conhecera. A mãe que o colocava no colo, fazia cafuné quando as dores de cabeça lancinantes dominavam. A mãe que deixava o prato pronto quando chegava da escola, ou que fazia a comida especial quando chegava de viagem.

   Sempre fora o maior foco de preocupação da casa. O garoto problema, o doente, o louco, o mimado. Mas também o filho que sempre procurava, ligava, tentava cuidar a distância.
   
    Pedem-lho que compreenda. Mas muitas vezes, e na maioria delas, a dor é demais. A dor de ser maltratado. A dor de vê-la sofrendo. A dor de sofrer e não poder mais recorrer.

    Foi assim aquele dia. E nele teve certeza que não havia nascido.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Coletivo

Antes de dormir
Uma dúvida me assola.
Se de camelo,
Uma multidão é uma cáfila.
De lobo, uma matilha.
Quando os gigantes elefantes
Se agrupam em uma manada.
Por que acho estranho
Não achar coletivo
Para um grupo de musaranho?

Eu devo dizer:
"Observem aquele enxame de musaranhos em nossa direção!!!"
Ou ainda:
"Aquele perigoso cardume de musaranhos merece nossa atenção!!!"
Ou talvez meigamente enternecido olhar para uma turba de musaranhos e dizer:
"Que meigos são os musaranhos!!!"


As mãos da vida

Uma senhora negra de cabelos grisalhos presos em coque ao atravessar a rua de mão dada com seu neto, parou e olhou na direção em que vinha o carro.

O neto, de uns sete anos, aquela idade que fala tudo e não esconde nada, a advertiu de que ela tinha que ter olhado para os dois lados, que foi assim que ensinaram na escola.

A avó, depois de atravessados, disse que naquela rua não precisava pois era de mão única.


Eis que o menino, na altura da sabedoria de todas as molas da sua cabeça, disse com a mão na cintura:
"Vovó, a vida é que nem um polvo, tem muitas mãos. A gente nunca sabe por onde ela pode nos pegar!"

PÓS – ÉTICA


Estou farto do intelectualismo descabido
Do intelectualismo virtual
Do intelectualismo demagogo com seus compartilhamentos, likes e manifestações de louvor.

Estou farto do intelectualismo que vai averiguar no Google os significados desconhecidos.

Abaixo aos puristas
Todas essas palavras, extrangeirismos inclusive.
Todos os bordões repetitivos dos compartilhamentos ocos.
Todas as pretensas rimas e sabedorias inumeráveis.

Estou de saco cheio do intelectualismo sedutor
Politizado
Minguado
Aidético
De todo o intelectualismo que valoriza tudo o que seja fora de si mesmo.

De resto não é intelectualismo
É vômito de imagens e palavras de outros,
como uma máquina a copiar cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agravar e desagravar as opiniões.

Quero antes o intelectualismo sem padrão
O intelectualismo sem sentido
O intelectualismo duro e cru dos ranzinzas originais
O intelectualismo ridículo dos que simplesmente dizem “Bom dia!”

a partir da Poética de Manuel Bandeira.

Narizes

Temo-los todos:
Compridos,
Tortos,
Empinados,
Largos,
Pequenos,
Aduncos,
Redondos,
Inchados,
Vermelhos ou sardentos.

Quero-os todos
Em toda sua diversidade.

Quero o nariz de Cleopatra,
O de Jimmy Durante.
O nariz de Einstein e o nariz de Obelix.
Quero o nariz de Dustin Hoffman
E o nariz inexistente de Voldemort

Quero sobretudo o Nariz de Gogol.
O nariz livre e de vontade própria.
Para que todos os narizes sejam livros,
Livres como as orelhas de um livro.



Pai

Tristeza
Meu coração quase parado
Está chorando de saudades
A rápida lembrança não permitiu me aprofundar
Não me permiti afundar.

Estou com você na minha lembrança
Tentando compor
Tentando compô-lo
Ainda me assombra
Ainda me atrapalha

Ainda te amo meu pai...

-------------------------------------------------


Não existe solidão,
Não existe abandono.
Existe estigmas.

Manchas a serem limpadas
Não é a distância
Nem o isolamento
Que mudará isso.

Mas aqui,
Sozinho,
Neste momento,
Choro.
Na ridícula esperança de te lavar definitivamente da mente.

-------------------------------------------------

A lembrança daquele homem ainda me acompanharia por muito tempo. Ele pedindo ajuda calado olhando as pedras que o mar a cada onda engolia, mas eu longe ignorava o significado daquele anseio. Se atirou pobre homem nas facas dos ouriços encravados nas pedras. Perda.

-------------------------------------------------

Quanto dor ainda não senti
Da morte do meu pai
A perda real de todo meus castelos.

“...Volta, dai lenitivo a minha dor...”

-------------------------------------------------

O homem velho me observa
Assombra a sombra,
E o sapo coaxa logo ali...

-------------------------------------------------

Sob a agitação do mar,
A vontade da saudade...
E essa sede que não me passa.

Brega

De todos os prazeres do mundo,
Só você é que faz gostoso.
Delírio do meu corpo,
Sabor maravilhoso.

Vem bailar comigo,
Sensualidade,
E no ritmo que toca
Toco então a sua boca.
Vem dançar comigo.
Deitado, de pé, tanto faz
Não importa como
O que importa com quem se faz.


Dedos

Dedo No Cu

- Querfazerofavor?
- Favor doquê?
- De tirar o dedo do meu cu.
- Ah! Pois não.
...
- Quer parar com isso???
- Já tirei o dedo o que mais cê quer...


altansiedade

quevontadeloucademeterfodercomvoce!!!!
deitarteaquinaminhacamaechuparatéouvirumúltimogritodetezão!!!
edepoisenfiarmeemticomtodoaforçaeveressasuavozesganiçadagritarpormais!!
Nofinalgozaremtodosteuburacostesujaresóentãobeijartuabocacomdesejocomoquemdesejariaalgoalguémnoúltimodiadahumanidade!

Posso?

Queria poder deitar minha boca nos teus peitos.
Só nos peitos. Posso?
Prometo que vou mordê-los
Juro que vou chupá-los
Admito que vou lambê-los
E se os lábios, os dentes e a língua não bastarem
Tenho minhas mão para acariciá-los a noite toda

Posso?

Do nada tão poético

Do nada tão poético,
Ao sublime do amor e da sedução,
As palavras foram fluindo,
Na direção do teus labios.

Sorvidas no redemoinho feroz
De um beijo de prazer.
Voltaram,
Voltaram na forma de um gemido.
Um gemido longo e profundo.

Foi como se estivessem fugindo
Uma a uma.
Lentamente.

Nessa mesma boca,
Junto ao gemido estava um sorriso.
Os lábios vermelhos e quentes
Os dentes brancos em contraste.

E a pele branca estrelada
Ao contato da mão,
Suspirava de fogo e paixão.

E aquela essa boca que roubava o fôlego,
Beijava o corpo,
Enquanto a mão embaralhava os pelos na outra boca.

O calor e o branco,
Com dedos e lábios,
O gemido e o vermelho,
Sem palavras, só gestos.
Entraram a volta,
Girar
Em um par de corpos.

Confusos, embriagados,
Apaixonados e inseguros,
Os amantes presos na torre,
Sonhavam voltar ao começo,
E se dedicar a só uma paixão.

Quem

Quem será que completará
Os vazios da tua existência?
Quem será que conseguirá
Explicar a sua (f)utilidade?
Quem será que te consolará
Na tua insigne tristeza?

Desvariando

Desvãos,
Desviados,
Desvario...

Como pode compreender o superficial,
Se no interior há tamanho vazio ?
E o amor que ali havia,
Para onde foi?

Não, não venha não
As canções não tem sentido
Só som.
Não, deixa pra lá.
Você só vai sofrer
Se machucar.
E ainda assim não vai entender o que é o amor.

Na penúria dos sentidos,
Mendigo um carinho,
Imploro um beijo,
Pra sonhar
Amor

Não, não parta ainda,
No fim será só canção.
E som...

Como poderíamos nos perder nestas linhas e conexões

Como poderíamos nos perder nestas linhas e conexões,
Querendo encontrar no delírio eletrónico.
Uma pessoa,
Uma verdade.

Talvez hajam alguns misunderstoods,
Mas as interpretações jamais falsas,
Incompletas, talvez...

Se me prendo a alguns detalhes
É porque me falta substância.
Em letras, codes e uncodes
Pouco se encontra ao que se apegar.

Portanto, cara caipirinha,
De vestido de xita
Com rendas e babado,
Fita vermelha no cabelo,
E toda ingenuidade,
Deixe este lobo velho
Sonhar
E se deixar levar pelas ondas deste monstro cibernético...

A carcaça está viva

A carcaça está viva. Viva!!!
A carne está sã. Glória!!!
Enapodridãodospodres
Há de definhar
Com o resto.
Se é que há sobras
Daquilo que se chama alma.

Dor, desespero e sofrimento.

Da dor de viver me veio a ideia

Da dor de viver me veio a ideia.
Da morte, de morte, do morto.
Cansado estou.
Angustiado demais.
O desespero é meu,
Todinho meu.

Pra me acabar,
Sem nada ter realizado.
Pra me destruir.
Destruir ? Não!!!
O desespero não pode destruir o que já está morto...
Só resta a carcaça
Só resta isso

A carcaça.

Cancele todos os sentimentos

Cancele todos os sentimentos,
Anule as idéias,
Delete seus sonhos.
No espaço cibernético
O inferno o queimará.

Não será deixado ileso
Um neurônio sequer.
Em um nó desta teia
A morte o espreitará

Espere pouco das Ajudas,
O assistente te trairá.
E no desespero das esperas
Suas idéias serão minhas.

Enfiou-lhe as unhas na carne...

Enfiou-lhe as unhas na carne e puxou,
Urrou de dor,
Uma dor absurda que quase o fez desfalecer.
O sangue que escorria, sujava o lençol
E ela como um bicho faminto lambia o pano.

Suas costas, em carne-viva, ferviam com a dor.
Vermelha, ela, a carne viva pedia que parasse.
Mas o bicho, excitado pelo cheiro de animal ferido fremia
Procurando a fonte de tanto sangue...

Molhado então acordo deste pesadelo para descobrir-me ferido, sujo e culpado do crime que meu coração cometeu...

Pornografia (Eufemismo n.º 1) - Um beijo

Eles se encararam como se fossem brigar. Mais uma vez! As brigas estavam freqüentes ultimamente. Olho no olho, brotava fogo dos olhos dos dois. Parecia que daquela vez eles chegariam nos finalmentes, com direito a porrada e palavrões. Chegaram bem perto um do outro. De repente, ela mordeu o lábio inferior dele. Mordeu com força, mordeu com raiva, mordeu com vontade. Nos olhos fechados dele se via a dor e na sua boca que escorria sangue um sorriso. Da mordida passou se ao beijo quase que por instantes. Parecia que todos aqueles momentos passados de fúria, frustração e traição. Tinham se resumido naquele beijo. O sangue na boca dele/dela se misturava a dentes, línguas e gengivas. Como o sangue escorria, a boca dela também escorria pelo rosto, com mordidas intensas no queixo, na testa, no nariz, na orelha, na nuca. Pairando sobre o peito manchado de sangue, sob os restos de uma camisa já em retalhos, ela começou a morder-lhe os pelo. A arrancá-los um a um. Ele, quase objeto, urrava de dor, ardor sem pudor. Quase objeto, mas não inerte, passivo mas não submisso. Motivado sabe-se lá pela dor ou pelo prazer, rasgou a roupa dela de uma só vez. Procurou-lhe o sexo com os dedos mas foi logo impedido pela mão dela. Mão que cravava as unhas no peito, no braço, no rosto, nas costas, em todo corpo. Mão que terminou de despi-lo. Mão que apertou-lhe os culhões com a força suficiente para fazê-lo gemer baixinho. De prazer, de tesão. Ele, novamente, procurou no que agarrar e foi prontamente impedido. Tentou peito, tentou cabelo, tentou buceta, tentou pernas, tentou cu. Fraco, debilitado se rendeu mais uma vez. Enquanto as mãos dela se ocupavam, a boca mais calma então engoliu com...

Trepada

Monta sobre mim.
...
Senta no meu pau
....
Deixa que ele te inunde de porra
.....
e depois lamba-o com essa sua boca de puta
...................................


Memes

Momento,
Mente,
O mento
Momo
Memento

Monte...



Pense!!!

Parafernália demente
Paranoicamente
Parada na mente
Partilhando
Paraísos
Pernósticos...

PENSE!!!!!


Não posso caro amor

Não posso caro amor.
Por mais que peças
Não posso.
Fazer sambas com rimas
Como queres e imaginas
Não posso.

Melodia e ritmo,
Cadência e balanço
E confesso que no íntimo
Eu quero um funk
Um jazz
Um minueto

Não me chame para ver o desfile
Nem o baile da TV
Nem as fantasias
Nem as bichas
Nem o Jamelão
Nem a Portela
Nem a Rosas de Ouro
Nem o carnaval da Bahia
Nem o carnaval de Olinda 
Não perca seu tempo
Me chame pra tua apoteose
Me chame pra tua praça
Me chame pra tua rua
Me chame pra ser tua mortalha
Me chame pro teu colo
Me chame pro teu seio
Me chame pro teu sexo
Que ai sambarei a noite toda
Com o ritmo marcado e cadenciado de nossos gozos






Será o samba?

Será que existe um samba que cante a dor que sinto agora?
Será possível haver um cantor para ele?
Que cante sem desabar,
Que cante sem chorar pela dor que sinto.

Com certeza seria um samba sincopado
Como bateu meu coração.
Um samba com os batuques que permeia a vida.




quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PÓS – ÉTICA a partir de Manuel Bandeira

Estou farto do intelectualismo descabido
Do intelectualismo virtual
Do intelectualismo demagogo com seus compartilhamentos, likes e manifestações de louvor.

Estou farto do intelectualismo que vai averiguar no Google os significados desconhecidos.

Abaixo aos puristas
Todas essas palavras, extrangeirismos inclusive.
Todos os bordões repetitivos dos compartilhamentos ocos.
Todas as pretensas rimas e sabedorias inumeráveis.

Estou de saco cheio do intelectualismo sedutor
Politizado
Minguado
Aidético
De todo o intelectualismo que valoriza tudo o que seja fora de si mesmo.

De resto não é intelectualismo
É vômito de imagens e palavras de outros,
como uma máquina a copiar cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agravar e desagravar as opiniões.

Quero antes o intelectualismo sem padrão
O intelectualismo sem sentido
O intelectualismo duro e cru dos ranzinzas originais
O intelectualismo ridículo dos que simplesmente dizem “Bom dia!”


Quinta, 15 de novembro de 2012 às 14:44

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Narizes

Temo-los todos:
Compridos,
Tortos,
Empinados,
Largos,
Pequenos,
Aduncos,
Redondos,
Inchados,
Vermelhos ou sardentos.

Quero-os todos
Em toda sua diversidade.

Quero o nariz de Cleopatra,
O de Jimmy Durante.

O nariz de Einstein e o nariz de Obelix.

Quero o nariz de Dustin Hoffman
E o nariz inexistente de Voldemort

Quero sobretudo o Nariz de Gogol.
O nariz livre e de vontade própria.
Para que todos os narizes sejam livros,
Livres como as orelhas de um livro.


Terça, 13 de novembro de 2012 às 21:58 

domingo, 4 de novembro de 2012

Pensa

Fraco me dirijo à morte para que ela com seu abraço acalentador leve embora cada dor e cada sinal de cansaço.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Coletivo

Antes de dormir
Uma dúvida me assola.
Se de camelo,
Uma multidão é uma cáfila.
De lobo, uma matilha.
Quando os gigantes elefantes
Se agrupam em uma manada.
Por que acho estranho
Não achar coletivo
Para um grupo de musaranho?

Eu devo dizer:
"Observem aquele enxame de musaranhos em nossa direção!!!"
Ou ainda:
"Aquele perigoso cardume de musaranhos merece nossa atenção!!!"
Ou talvez meigamente enternecido olhar para uma turba de musaranhos e dizer:
"Que meigos são os musaranhos!!!"


Terça, 26 de Junho de 2012 às 01:17

sábado, 5 de maio de 2012

Brilho

Pedro havia decidido que agora só amaria quem tivesse o mesmo brilho que o dele.

Cansado de emprestar sua luz, pois sabia que quem empresta luz ou acaba na sombra ou faz sombra em quem quer iluminar.

Pensou, o amor tem que vir de duas pessoas que brilham com intensidade iguais. Não necessariamente no mesmo momento.

Mas o brilho de Pedro não podia fazer sombra nem se apagar ao lado da próxima mulher que amaria.

Por isso que escolheu ficar solteiro até achar esta luz.

Pelo tempo que for necessário.

Sábado, 5 de maio de 2012 às 03:09

As Três

Como todo personagem grego, fora forçado a encarar as três damas. Podiam ser graças, fúrias ou moiras. Podiam traçar o futuro ou iluminá-lo. Ou ainda estraçalhar o seu corpo em mil.

A cada momento ele teve a impressão de estar na presença de todas essas entidades que mudavam a toda hora.

Uma gritou: "Se seguires este caminho será sua destruição. "
Outra aconselhou: "Não seja sozinho. Não se afaste de quem te ama."
A outra só ouviu.

Em outro momento, a que gritou, chorava a importância dele e o quanto seu fim iria afetar o mundo. A que aconselhou, pediu compaixão e menos raiva. E a que não falava, chorou e deu amor.

Prometeu, confuso, saiu da caverna com a cabeça cheia e confusa, tentando mais sentir do que pensar.

Naquele instante esqueceu o fígado carcomido e teve a certeza de ter um coração completo de amor.

Sábado, 5 de maio de 2012 às 03:02

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Despedida

Uma lágrima pra cada dedo desentrelaçado.
Um sonho acabado a cada adeus falado.
A dor a cada ângulo que nosso corpo vira.
O desespero a cada centímetro que afastam nossas costas.

Foi assim, segundo a segundo, que nos perdemos para tentar seguir nossos caminhos sozinhos.
Sem promessas de reencontros ou de esbarrões.
Com juras de nunca mais nos vermos
E certezas que no fim doeu pra caramba.

Por isso, rosa, guarda seus espinhos
Já machucaram demais seu nego
Que hoje volta a procurar a alegria
Em lugar algum.

Por isso, rosa, encolhe suas pétalas
Que cariciaram tanto esse nego
Que ele não sabe mais se a felicidade
Consegue ser mais suave.


Quinta, 26 de abril de 2012 às 17:39

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Obituário

Deu no jornal:
Faleceu nesta cidade, o ilustríssimo João Ninguém. Ninguém deixa os filhos Maria, Antônio e José. Todos que conheciam Ninguém deixam suas condolências e pesares.
O corpo de Ninguém está sendo velado na capela de Lugar Algum e será enterrado em Qualquer Lugar.


Segunda, 9 de abril de 2012 às 21:10

Lápide

Nela se lia:
Aqui descansa meu corpo
Nascido na quarta-feira de cinzas de 1966
E repousou no Corpus-Christi de 203?
Morreu por precisão.
Morreu porque o corpo finda.
Morreu porque a alma tinha hora marcada com o infinito.

Segunda, 9 de abril de 2012 às 21:04

quinta-feira, 29 de março de 2012

Pedra

Não fora apedrejado até a morte como seus irmãos, irmãs e outros parentes. Mas constantemente ao andar pela medina alguém lhe jogava pedras. Algumas acertava-lhe a cabeça e machucava de sair sangue. Outras acertavam-lhe o peito, a barriga e o baixo ventre. Apesar disso se acostumara a guardá-las. Chegava em casa e as colocava num cesto ao lado da cama de palha no chão do quarto.

Naquele dia, cansado dessa rotina deixou as 5 maiores pedras sobre a mesa da sala, escreveu uma carta e a deixou sob as pedras. As lágrimas borraram os traços sobre o papel.

O que estava escrito nunca se soube, nem tampouco o motivou a fazer o que fez a seguir.

O que se encontrou além da carta sobre a mesa foi um banco caído, um lençol amarrado no mastro principal do telhado e preso no seu pescoço. Encontraram uma foto da esposa caída no chão com os vidros quebrados e uma pedra grande ao lado.

Talvez tenha morrido sonhando que ser apedrejado até a morte lhe dava mais honra que estar casado com quem o odiava tanto.

29 de março de 2012 às 23:18

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ontem recebi uma visita tua,

Ontem recebi uma visita tua,

Vinhas na forma do meu pai. Mas podre e deteriorado. Tuas mãos como raízes entraram nos meus braços, paralisando-os. A dor, pra quem como eu que conheceu várias definições delas, era indescritível.Gelavas minhas veias e o meu coração Enquanto sussurravas que algo grave iria me acontecer. Não sei se era terror ou a sugestão dele,Não despertava do pesadelo horrível,Enquanto a carne podre do meu pai se misturava a minha. A morte estava lá,

Não como sempre esteve, Dessa vez não tinha vindo mostrar-se e levar algo querido.

Ela, acompanhada do seu marido destino, sempre me mostrou horrores,

Que via mesmo não querendo enxergar.Os sons, os cheiros, os gritos. Mas nunca eram meus. Desta vez veio sozinha,E veio para mim,Na forma do cadáver do homem que mais amei. Não sei o que quer. Mas sei que vai voltar. Tenho medo do dia que a carne de um Otavio seja a mesma de outro. E que ela não volte mais.

Quarta, 21 de março de 2012 às 11:56

terça-feira, 13 de março de 2012

Pra quê?

Falta de consideração. Individualismo e desinteresse.
Pra quê?
Se ao dar o meu coração
Abri mão disso tudo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ofertório

Marialva pensava que se casasse com Josinaldo todos aqueles problemas passariam.
Era tudo uma questão de ajuste. Josinaldo acalmaria no trabalho e no boteco e o ciúmes que a consumia partiria.
Na noite da boda, Marialva pura e branca deitou-se na cama de vestido e esperou que Josinaldo chegasse e o arrancasse. Mas o tempo passava e Josinaldo nada que chegava.
Uma hora, duas horas. E nada.
Resolveu voltar pra festa que ainda rolava alto do lado da Igreja.
Assuntou por Josinaldo e nada.
Foi então à sacristia e ninguém estava por lá.
No entanto, do quarto do padre ouvia altos gemidos. Estranhou mas sabia que seu primo, padre Tonho, de santo não tinha nada, mas pra ela aquilo era abuso.
Deu meia volta e resolveu não bolir com o que não era da sua conta. Não é então que ela escuta a voz de Josinaldo gritando de dentro do quarto. E bastante animado.
Marialva que era mulher de paciência grande, mas de pavio curto abriu a porta de porrada e quase morreu do coração.
Na cama Josinaldo de quatro com seu primo Tonho de cachorrinho engatado.
Atordoada e de sangue nas orelhas, fula como só uma mulher traída por dois homens de uma vez só podia estar procurou o que podia pra dar de coça nos dois.
E eis um ofertório de metal maciço aparecia abandonado em cima da penteadeira.
Não pensou duas vezes, ou melhor, foram duas, uma na cabeça de cada cabra engatado.
Morreram na hora, de sanque pra todo lado.Se alguém visse Marialva naqueles tempos jamais imaginaria que aquele toco de mulher pudesse matar dois homenzarrão de uma vez com uma peça tão pesada.

Hoje ninguém explica direito aquilo. Acharam os dois mortos ainda engatados e o ofertório caído sujo de sangue no chão. Um dizem que foi ladrão. Outros dizem que foi um noviço que teria participado da orgia, mas ninguém conseguiu provar nada pois naquela hora o noviço tava jogando pescaria na barraca no meio da festa. Outros dizem que foi justiça de Deus. Mas ninguém sabe que Marialva guarda em casa o vestido branco sujo de sangue até hoje num baú no pé da cama.

Uma coisa ela tava certa, o casamento acalmou ela e Josinaldo.


Segunda, 6 de fevereiro de 2012 às 22:25

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Amor engaiolado

Foram 6 meses de entendimentos e desentendimentos.
Quando o menino percebeu que era louco pela menina fez de tudo. Virou anjo. Virou sabiá. Se engaiolou. Desaprendeu a voar sozinho. Até comer era difícil.
A menina retribuía com uma atenção que ele nunca tinha tido. Uma presença quase constante. Uma dedicação sem igual.
Certo que queria o menino só pra si e cobria a gaiola com um pano de seda rosa e branco quase toda noite.
Ela queria ver o menino cantar mas ao mesmo tempo queria que fosse só pra ela e não pro mundo.
O menino era doente e foi ficando cada vez mais doente.
E a doença parecia confundir a cabeça da menina.
Eles brigavam enquanto amavam.
Ela o queria forte e brilhante e só dela.
Ele estava ficando fraco e cinza e de mais ninguém.
Até que numa noite a gaiola quebrou e quem fugiu foi ela. E ele, o menino, ficou lá sem saber por que e sentindo toda a culpa do mundo.
Só sabia que a amava mais que tudo, que estava doente, cansado e que reagira mais uma vez às atiçadas da menina.
O amor do menino está lá na gaiola no meio dos aros sangrando e vai morrer.

Mas ele vai estar lá por muito tempo.



Sexta, 3 de fevereiro de 2012 às 08:03