segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Avô

Às vezes, para ir da minha casa para alguns lugares, atravesso o cemitério da Consolação.
É curioso transpor este lugar potencialmente triste e assustador. Nada disso me incomoda, me assusta ou entristece.
Reconheço alguns nomes importantes nas lápides. Alvares Penteados, Malufs, Mário de Andrade e Monteiro Lobato.
Mas dois nomes me chamam a atenção. Um pela presença e outro pela ausência.
Quem poria num filho o nome do grande herói gaulês Vercingetorix? Curioso. Olho para os outros nomes no jazigo e não encontro nenhum Asterix ou Abraracurcix.
O outro nome que nunca encontrarei mas que sei que está guardado em algum lugar por lá carrega o meu sangue: Primiano Venturoli.
Quem poria o nome do primeiro dia do ano no filho?
Condenado que foi a ser jogado no jazigo emprestado da família importante de um (querido) tio meu. Condenado por não ter sido o que se esperavam que fosse.
Ele está por lá. Em algum lugar. Abraçado a algum Plínio Barreto.