sábado, 13 de junho de 2015

70/30

A vida está escondida nas tentativas dos setenta. Restaram-me trinta para planejar e resolver. 

Desinência

"Sabe seu moço! Quando ela bate na nossa porta, que seja um toquinho só,  sabemos que mesmo que desista naquele instante. vai voltar e voltar até você abrir a porta e te levar pra sempre."

Os filmes ruins da nossa vida

Cansado das reprises dos filmes ruins da minha vida!
E cansa tanto ser o "metteur en scène" dela com tanto mal ator ruim participando. 

Acho que tá na hora de contratar um diretor de casting para ajudar. 

Cut!!!

Dance comigo até o fim do mundo

Invente mil desculpas, mas não grite aos quatro quantos o quanto quer amor.
Envolva e segure, mas não descarte na rua o amor quando lhe convém.
Quer o amor com todas as forças e de todas as formas, mas aceite-o quando lhe aparecer.

Não diga dos medos passados, presentes e futuros, e depois assuste quem lhe quer.

Não reclame da velocidade, da pressa ou da urgência para, em seguida, atropelar o amor transeunte com seu VUC lotado de desejos e fantasias para deixá-lo depois fodido no acostamento.

Não sejamos vítimas ou algozes.
Dance comigo até o fim do amor.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Schrödinger's cat

By now
I'm living inside a Schrödinger's box. 
When they come visit me, 
Won't know what is inside. 
If it's alive or dead. 
Maybe both.
Maybe nothing.

L(ê•á)muria

Hoje escorreu uma lágrima de sangue do meu olho astigmático. 
Dizem que quando isso acontece uma criança indigo morre sugada pelo hálito de Baphomet. 
E em algum lugar do mundo, o alento do faminto é destruído em pedreiras de Food Trucks.
Poderia o Homo sapiens destruir a si mesmo como fez com os Neandertais?
A resposta está em algum livro sagrado enterrado sob os escombros da Lemúria e os quilos de corpos de lêmures mortos no meio do Oceano Índico. 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Vértices

Como o horizonte
           por um ato
           por uma palavra
           por uma opinião 
           pela falta de um amor
           pela falta de esperança 
           pela falta de expectativa
           pela falta de saúde
Pode ficar tão infinitamente pequeno?

terça-feira, 9 de junho de 2015

Auto-imune

Temo a passividade.
Odeio a beligerância.

Buscarei, sempre que possível, escolher o caminho da honra e do respeito.
Mas que caminho é esse se o seu próprio corpo o violenta?

Honra alguma adianta quando se é traído pelo próprio sangue. Pelas próprias células.

E...
Talvez nessa hora,
                    escolha o temor.
                    opte pelo ódio.
Certo que nem um desses meios vai acabar com que a desonra que trago no abdômen.

Nessa hora encolherei num canto chapado de codeína esperando que o tempo traga a honra em uma viagem entorpecida, para qye na manhã seguinte eu levante e continue sendo o mesmo desonrado.

Não há honra na dor.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O Cancro.

Uma hora 
E eu ainda recolho os cacos
Das lembranças de como é sobreviver. 
Três anos não bastaram, batendo de volta o cancro, como o corvo, sobre meus umbrais. 
Seis anos foram e voltaram. 
Mais que os seis meses, mas menos que uma vida. 
E o carangueijo diz:
Sempre mais.