sábado, 10 de dezembro de 2016

Palhaços da Paulista

Parado ali. Na esquina. Com os olhos injetados e um sorriso que parece ranger os dentes. O nariz redondo e vermelho combina com a cor amarela do traje. Grita. Pula. Vocifera. Baba. Parece que a raiva aumenta enquanto olha a população diversa da região. A cada casal barbudo que passa, balança a cabeça e limpa o fel que escorre da boca. Não consigo ver naquilo um ser humano e percebo o medo que aquilo me mete.

Neste momento desvio meu olhar daquele ser abjeto e me deparo com uma multidão de seres iguais a ele. Caminham pela avenida gritando, batendo panelas e odiando.

Por um momento, ouço: "miolos, mioloooos", como em um dos filmes de George Romero.
Penso se essa fome de cérebros se devavà ausência de neurônios capazes de entender o quão ridículos são.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Editor

Trago nas minhas mãos as marcas da luta diária.
Verde, rosa ou vermelha.
Do risco e do rabisco.
Da rejeição e do aceite.
Do desfazer o que já foi feito.
Do sujar a limpeza dos outros.
Nada pode passar em branco só as marcas do corretivo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Trigo da elite

Na cidade,
O esgoto dos ricos
A merda dos pobres
Os ratos
                  cagam no trigo da elite.
É o ciclo,
É o círculo,
É o circo da des)humanidade.

Nas praças,
A água 
O vômito 
O mijo
               l(e)ava o humilhação do público  humano.
É o caminho,
É a cama,
É o crime da des)humanidade.

Nas ruas,
Os motores
As motos
Os monstros
                  atropelam nas encruzilhadas.
É o luxo
É o lixo
É a diarréia da des)humanidade.

Nas calçadas
Os moradores 
As meninas
As mulheres
                    morrem no lixo da urbanidade.
É a sobra 
É a sombra
É o desprezo da des)umanidade.

Nas quebradas
Queima
               a pedra
               o fogo
               os pneus do microondas.
É a vida
É a morte
É o fim da humanidade.

Destempero

Ao tempo
Em tempo
A tempo
No tempo
Estampo