sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dia do caruru


Do enfeitado ao popular,
De constelações, dois gêmeos,
Duas iluminações,
Acarinhando com doces,
Doces corações.


arte de Ronaldo Mendes, 
Acesso em 27 set. 2013.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Resposta aos fragmentos

Sinceramente...recolhendo os cacos de mim para reconstruir um outro até achar uma vida melhor...
Vida, como dizem, existe só uma...mas eu sozinho já vivi várias por mais de 200 anos.

De concreto nada tenho, procuro me achar profissionalmente num mercado que acha meu currículo genial mas não está disposto a pagar o que va(e)lho. Procuro me achar sentimentalmente depois de um mundo que criei e descobri que a pessoa que amei nasceu para destruir pois é da sua natureza...

Tantos Mis para poucos Sóis.

Foucaultiana ou ofensas da loucura

Nos tempos em que vivemos
Insensato é estar fora da nau. 


Da grande à pequena morte

Cansa-me menos o morrer toda a noite para renascer no dia seguinte, quanto me cansa a pouca duração desta morte. 

Cansa-me muito mais ainda o tempo que leva para voltar da pequena morte. 

domingo, 22 de setembro de 2013

Pigmaleão revisited

E aquele pedaço de barro insistia em dizer que ele a havia criado.
Prometeu do fígado partido, no máximo lhe havia dado o fogo de alguma sabedoria.

Tudo o que era ela ou dela, vinha de si. 
Afinal não era artista para pintar uma górgona tão bonita. 

Ainda assim teimava em dizer que os outros a viam com os olhos dele.
Como podia, se seus olhos já haviam sido arrancados como um Édipo infeliz quando tudo aconteceu?

As medusas sempre evitam olhar um espelho. 
O que dizer de um espelho que reflete a própria alma.

À menina das sapatilhas amarelas

amar(ela
quanto desejo,
quando passa e penso nas pequenas sapatilhas amarelas.

de difícil não desejo o sorriso
de difícil é ficar perto (dela)
sem estar difícil não estar interessado (nela)

um sorricharme de boca
como a dela
de borboleta,
amarela.

acender o olhar (n/d)ela
é igual olhar pela jan(ela
E a)cor(d)ela
(a)cor(dar).

com a menina de sapatilhas amarelas.

À menina que lia

a menina que lia
          lia cummings
          lia Foucault
          lia Rosa
          lia Tolstói

Mas o amor não pareceu se importar
Com o tempo que troteava...

não escutava
o grito de Abelardo
nem o canto do Eduardo
que dizia à menina que lia:
"—dreads dying least;and less,that death should end"


Ré/viéses

Quando o que se achava o mais inteligente se mostrou o mais estúpido.
Quando o que se cria o mais doce se revelou o mais cruel.
Quando o que se acreditava mais delicado mostrou a verdade em uma bofetada.

A beleza, o amor e a delicadeza se transformaram em más águas e em uma tempestade morreu de cansaço.

Vampiros

Vida plena de mortos
A comer seu cérebro
Não é permitido ter coração
Pois a alma reside no corpo,
A alma resiste no corpo,
E por mais sangue que lhe tirem
Não lhe tirarão a alma.