domingo, 22 de setembro de 2013

Pigmaleão revisited

E aquele pedaço de barro insistia em dizer que ele a havia criado.
Prometeu do fígado partido, no máximo lhe havia dado o fogo de alguma sabedoria.

Tudo o que era ela ou dela, vinha de si. 
Afinal não era artista para pintar uma górgona tão bonita. 

Ainda assim teimava em dizer que os outros a viam com os olhos dele.
Como podia, se seus olhos já haviam sido arrancados como um Édipo infeliz quando tudo aconteceu?

As medusas sempre evitam olhar um espelho. 
O que dizer de um espelho que reflete a própria alma.

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