sábado, 2 de novembro de 2013

Desenredo

Divido com ela um sonho
Uma terra distante onde a felicidade nasce em árvores. 
Onde poderemos construir as nossas ideias
E de lá, espalharmos 
             sonhos, 
             desejos 
             alegria
Uma cocagna. 
Uma utopia. 
Um lugar qualquer. 
Ou lugar nenhum. 
      Mas tem que ser no sertão. 
                             mineiro ou baiano. 



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Linda, não?

deixa eu contar o que acontecerá;
vi acontecer várias vezes.

virá novamente o flerte descompromissado de alguém comprometido
A se dizer infeliz pois é muito sozinho.
E poemas e músicas, o farão sentir-se único.
e assim, você baixará a guarda.

neste instante se sentirá preenchido
mas verá quanta ausência o tempo lhe trará.

verá inseguro,
verá a necessidade de acreditar
e ao atravessar a vida
procurará uma mão que não encontrará...

perderia tempo em contar o que ouvirá,
das preocupações maiores com sentimento outrem,
o sentimento do compromisso que se desvencilha.

você, com medo, sonhará alegria, 
mas a alegria estará no poder de quem não se comprometeu,
não haverão contas, mas d(ú/í)vidas.

verá fugir da exposição,
esconder-se das fotos,
e lhe cobrará presença excluisva ainda que não sendo seu.

nesse anseio de afirmação amará,
você amará as palavras e sorrisos, plenos ou ocos.

dolorido, será o algoz e a vítima,
ou simulando uma autoafirmação que não existe.
seu ego minguará no amor não aceito.

quando tudo isso acontecer, ambos destruídos,
virá a maré de paz.
ainda que capenga lhe perdoará os descompromissos
e demandará um maior.

mas perceberá que o amor sonhado
era brinquedo ofertado
mimo alterado
uma lembrança de uma linda lua crescente
que irá embora na manhã seguinte.

Culp(ha)bilidade

Todo vez que nos entristecemos pelos nós em nós dois
Vem o sopro procurando culpar alguém
Uma culpa que ninguém tem.


Urde

Ordem,
Nova ordem
Em mim.

Menos para mim.
Menos de mim.
Mais do menos.

Casa,
Nova casa
Em mim,
Para mim.

Urde sobre negro
Hernán Rojo


domingo, 27 de outubro de 2013

Abandono


De um momento,
Uma existência desnecessária para os outros.
Largada ali
Recurso inútil,
Brinquedo esquecido,
Móvel velho.

Então recolhe
E olha
Não há outro lugar
a não ser para si.
Cheio de plantas ruderais, ratos, moscas, madeira e móveis velhos, cacos de garrafas de vidros.

Todos abandonados como o terreno baldio da sua existência. 



Inter(dito)

Tombado. 
          portas e janelas fechadas. 
          móveis cobertos. 
          água e luz desligados. 
Imóvel antigo 

Não cabe espaço maior
Só há posto para menos. 

Trancado o portão
Sair da casa 
Procurar quarta e sala
Em mim. 


Eng(a/en)drado

A caixa do meu ser.
Lotada.

Jogar fora.
Tanto a,
Tanto tento,

Tanto tudo,
Lugar nenhum para nada.