quarta-feira, 2 de abril de 2014

Auto de fé

Em pouco tempo, por paixão ou por carência, permitimos pessoas entrarem na nossa vida. Elas trazem coisa boas e ruins. Você as aceita ou não. 

Amar começa nesse momento. No momento da escolha, além do pesar o bom e o mal. Além do projetar do que pode acontecer com base nas experiências que tivemos. 

É permitir-se sonho, é tentar aceitar o diferente (tão igual da gente) no outro. É querer dividir somando. É buscar a completude nas semelhanças e o adendo nas diferenças. É um exercício de querer e ser querido, de não descartar o ruim do outro e valorar o bom no outro. 

O momento da descoberta do amor é divino e assustador. É assombro e maravilha.  

Este momento sublime e difícil que faz com que tomemos decisões para toda uma vida. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

descarte

um dia amor da vida
outro odio mortal

um dia não vive sem o outro
outro não quer te ver nunca mais

somos seres como seringas descartáveis repletos de resquícios de drogas.
usadas, reaproveitadas, até quando menos não convier, lixo... sarjeta.

afastar o bem amado na necessidade (de um ou do outro)
tornam-se fúteis companhias piores que bichons frisés que abanam rabos e dependem da gente pra comer.

amar é não virar as costas nas adversidades
e acompanhar é estar em companhia de...

por isso digo que hoje somos tão dispensáveis quanto o papel higiênico que usamos para limpar o nariz.
e ainda somos cobrados a estar do lado quando precisa...

"Alfredo, cadê o neve?"

E uma hora, Alfredo cansa de ser serviçal  e quererá ser servido.

Num bar

barulho, bebida, conversas e histórias
o que realmente queria era não escutar palavra. queria morder lábios a cada uma que a boca vermelha expirava.

barulho, bebidas, conversas e histórias
não conseguia simplesmente olhar, mas só ver como quem famérico roubava um prato de um corpo inteiro.
um vestido, não lembrava a cor, mas cada flor caía bem, preferível se fossem só coladas no corpo nu. no decote alimento da fome de lingeries, peles, sardas, manchas, bicos, bocas e pelos.

barulho, bebidas, conversas e histórias
ainda que muitas palavras, sua mente nos olhos fugitivos. olhar que pedia olhar e queria corpo.

barulho, bebidas, conversas e histórias
querendo escapar daquilo para onde não saber quando.

barulho, bebida, conversa e histórias
na audácia do roubo, um não, que devesse ser jamais.

na rua, no metrô pensamentos
barulhos, bebidas, conversas, cheiros, histórias, desejos
e nada além.



Pleura

A semiplenos pulmões praguejou:

"DEMOPNEUMOMNEMONÍ(A)CA"

do Peso
do Peito
da Peste
roda da lembrança




De 0 a 10

Enovelar-se no amor
Tão pouco tempo criar
       Saudades necessárias
       Fantasias futuras
       Perdências presentes. 

Um beijo a dez é pouco. 
Dez poucos beijos são nada. 

E ver dedujuntinho num clicar de unhas à frentedumsorriso é sonhar. 

Você.