quinta-feira, 24 de abril de 2014

Geomancia

Desce estelar pelo corpo. 
Uma a uma marca-se um ponto.
De dois em dois pontos traço uma reta
De duas em duas retas, planos de conquista. 
Tesão cartográfico escrito em pele. 

Começa em um sorriso 
Escorregando pelas bochechas 
Do pescoço encontra montes e um vale. 

Para confundir os meandros das suas curvas até se afogarem no sombreado redemoinho do seu sexo.  

Um comentário:

  1. Poema maravilhoso. Ao iniciar com o "Desce estelar pelo corpo", ele nos leva para dentro de seu tecido poético, levando-nos junto para esta descida rumo a este corpo. Os versos vão definindo nosso trajeto de maneira muito especial, com perfeição na escolha vocabular. A sonoridade entre o "corpo" e o "ponto" é bonita e nos envolve nesta trajetória, de um ponto a outro, de uma reta a um plano de conquista. "Tesão cartográfico escrito em pele" é lindo demais! Inventivo demais, muito bom!
    A segunda estrofe também é ótima, ainda mais tendo este sorriso que não se espalha nem se esparrama, ele escorrega pelas bochechas, imagem muito bonita e visual, inclusive. E o "sombreado redemoinho do seu sexto" é muito lindo, leva o leitor a rodopiar junto, em meio ao gira-gira deste redemoinho.

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