terça-feira, 28 de julho de 2015

Humano, demasiado humano.

H(á os) que perguntam 
"Como você está?"
E não querem a resposta. 

H(á os) que dizem
"Queriam tanto ajudar, só não sei como!"
E depois contam suas próprias mazelas. 

H(á os) que o procuram 
Talvez para saber se já morreu,
E falam nada e nada deixam. 

H(á os) que falam 
"Mas você está com um aspecto tão bom."
Com o olhar de quem espera um desmorto putrefato. 

H(á os) que nada falam 
Se limitam a menear a cabeça 
E dar um sorriso amargo. 

H(á os) que somem, desaparecem. 
Quando o encontram falam 
"Estava tão preocupado com você!"

H(á os) que simplesmente ignoram 
E não te procuram
Não importa o quão íntimo foram. 

H(á os) que dizem palavras bonitas 
Onde você sente a repetição de um mantra
Um mantra do medo. 

H(á os) que dizem palavra de estímulos
Em que você nitidamente ouve
"Ainda bem que não é comigo"

H(á os) que fazem por dó
H(á os) que fazem por pena 
H(á os) que fazem por descargo da consciência. 

H(á os) que nada sabem, nem querem saber. 
E, claro, 
H(á os) que não estão nem aí. 

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Mas...
H(á os) que são diferentes, um tipo especial. 

Dos que lhe dão a mão, o ouvido, a voz. 
Dos que estão ali, sem dó nem piedade, e falam o que precisa ouvir. 
Dos que estão com sorriso e amor nos olhos, sem esperar nada. 
Dos que te olham nos olhos e dizem "Puta que merda!!!"
Dos que lhe perguntam se precisa de algo. 
Dos que lhe trazem aveia e mel, maná necessário para aquecer o corpo e a alma. 
Dos que não perguntam o óbvio. 
Dos que não telefonam por saber que  talvez precise de quietude. 
Dos que o chamam por saber da alma ferida.
Dos que lhe trazem remédios. 
Dos que lhe dão abraços. 
Dos que cuidam. 

Dos que não lhe dão nada
Só estão ali, para o que der e vier

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